Minha jornada na medicina começou na Faculdade de Medicina de Taubaté, onde descobri que a escuta atenta e o acolhimento humano eram o centro do cuidado humano e dessa forma, médico. 

 

        Esse olhar, de haver um pano de fundo em cada doença, a psique, me levou a Campinas, à Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), onde cursei a Residência Médica em Psiquiatria  por 3 anos. Durante essa etapa, me encantei por todas as áreas da especialidade, mas foi na Psiquiatria da Infância e Adolescência que que encontrei minha paixão. A razão era clara: eu precisava aprender mais sobre o desenvolvimento humano, e com isso compreender melhor a jornada de cada paciente que chegava até mim como médica. Também entendi, assim como a Medicina prega, que prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para o tratamento. Esse foi o caminho que escolhi, mergulhar nos processos do desenvolvimento humano, e poder ajudar nesse processo. Para mim era e ainda é o caminho para  transformar vidas, no presente e além, contribuir para futuros melhores para os meus pacientes.

 

        Ainda durante a residência, realizei um estágio extracurricular no Centre Alfred Binet, em Paris, França, lá os aprendizados pessoais me trouxeram mais humildade e compaixão. Se tornou a experiência que solidificou minha decisão : a de seguir por esse caminho, aprender sobre o desenvolvimento emocional e neuropsíquico desde o início da vida. 

 

        Ao concluir a residência, a maternidade trouxe uma pausa valiosa: chegou meu filho Felipe. Meu filho me tornou mãe além de médica e me aproximou dos pais que me buscavam por ajuda para seus filhos e minha escuta se tornou mais empática.

 

        Mais tarde, tendo Felipe completado 1 ano iniciei meu 4o ano de Residência Médica, dessa vez em Psiquiatria da Infância e Adolescência na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Lá integrei a minha maternidade com a minha profissão e percebi o quanto essa experiência pessoal havia enriquecido a minha prática clínica (enquanto médica, mãe e indivíduo).

 

        Após a residência, ainda trabalhei na APAE, que me trouxe muito aprendizado nas diversas condições que acometem o desenvolvimento infantil, aprendi muito sobre avaliações neuropsicológicas e suas nuances e valorizei ainda mais o trabalho multidisciplinar, ou seja, de equipe. Nesse período ainda permaneci como colaboradora e pós-graduanda nos ambulatórios UNIFESP, em especial nos cuidados à primeira infância (de 0 a 6 anos de idade), TDAH e de TEA. Curiosa como sou, me envolvi em muitos projetos de pesquisa, os quais meus professores gentilmente me deram essas oportunidades.

 

        Então a vida me trouxe o segundo chamado materno, uma nova pausa para receber minha doce Victória. Mas quem pensa que eu parei por aí se engana, havia uma sensação de que eu poderia agir mais, na verdade de uma abordagem diferente, que eu ainda não sabia que tinha um nome.

 

        E foi conversando com meus professores, colegas, estudos que cheguei “ao que buscava”, dessa vez com um nome e metodologia: a Medicina do Estilo de Vida. Eu já aplicava intuitivamente muitos dos seus princípios tanto na minha vida pessoal, quanto no cuidado com meus pacientes, mas foi ao estudar sua estrutura e embasamento científico que me encontrei e fui atrás do quebra necessário para exercer essa prática com a excelência que todo paciente merece. Concluí o curso pelo American Board of Lifestyle Medicine, segui todos os passos necessários até obter minha Certificação em Medicina do Estilo de Vida (2023) pelo International Board of Lifestyle Medicinem, representado no Brasil pelo Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.

 

        Também atuei no ambulatório de Medicina do Estilo de Vida da USP, buscando me aprofundar e obter prática nessa área que sempre ressaltou algo que sempre busquei: a integração mente-corpo.

 

        Hoje, acredito que não é possível se pensar em Medicina (seja qual for a especialidade, incluindo a minha, a Psiquiatria ) sem olhar o ser humano como um todo, o que a Medicina do Estilo de Vida enfatiza de forma brilhante. 

 

        Bom, essa é a minha história até esse momento — e certamente minha jornada no cuidado ao próximo está longe de terminar. Continuo em constante aprendizado e aperfeiçoamento, sempre em busca de oferecer um cuidado mais humanizado, integrado e transformador, mas com embasamento científico.

 

        Eis o meu convite a você, que chegou até o fim desse texto: estou aqui para o que precisar, conversar, acolher e ajudar.

 

        Muito prazer, essa sou eu, Thaís.