E AGORA?
- Thaís Monteiro Salán

- 23 de abr. de 2017
- 2 min de leitura
Na fase final dos treinos para a maratona do Chile me pergutaram: e depois da prova? Você vai fazer o quê? Minha resposta: Buscar uma nova meta. Há muito tempo descobri que funciono bem com metas (e quem não?).No entanto a nossa vida não se resume a metas. Existem atividades que fazem parte do seu cotidiano, independentemente de metas estruturadas, eu as chamo de atividades de BASE. No meu caso consigo identificar: ser médica, ser mãe, ser esposa e ser eu. É em cima da minha BASE que entram as metas, ou posso até chamar de desafios.
Durante algum tempo na minha vida, a meta maior foram os estudos, até me tornar médica. Depois a família, casei e vieram os filhos. A última então foi a corrida. Cada um em seu tempo e lugar. Imagine alguém resolver se envolver em um treino de maratona visando correr

em menos de 4 horas, com um bebê de menos de 1 ano de idade? Ou durante uma residência médica? Ou até em meio aos preparativos para se casar? Tenso. Arrisco afirmar que certamente ao se tentar fazer tudo ao mesmo tempo alguma dessas coisas sairia prejudicada. Não conseguimos manter todos esses aspectos na mesma intensidade o tempo todo, por isso é preciso variar o foco, ou melhor dizendo, priorizar as metas.Vou dar um exemplo: ler um livro.
Quando começo um livro novo tenho a sensação de que mergulho nele (se for interessante, é claro), como se meu campo de visão ficasse restrito, e assim vai até que termino a leitura. Uma vez completada a meta, de ler o livro todo, eu me torno disponível novamente para outra leitura, ou até mesmo outra atividade. (ok, conheço muita gente que se sai muito bem lendo vários livros ao mesmo tempo, mas aprendi que, pessoalmente, eu não sou assim, rs). Procuro me policiar para escolher uma empreitada de cada vez, pois tentar fazer várias coisas diferentes, que exijam muito esforço ao mesmo tempo colocaria em risco não só conseguir completar o que me propus, mas também pode colocar em risco todos os outros aspectos da minha vida que fazem parte da minha BASE. Particularmente nesse meu momento “intermetas”, é a BASE que me sustenta.
Os treinos e a Maratona de Santiago chegaram ao fim, mas continuo cuidando dos meus filhos, compartilhando o dia-dia com o maridão, estudando e atendendo meus pacientes. Ou seja, a vida segue, e que bom que segue!Por isso digo que alternar metas principais é importante, além de tentar não entrar em vários desafios ao mesmo tempo. Assim, você conseguirá dedicar o suficiente, e com qualidade, para obter o resultado que deseja. Com isso conseguirá ainda preservar as suas atividades de BASE. Como o próprio nome sugere, a BASE é aquilo que te sustenta no final das contas.
Voltando à pergunta inicial: e agora? Voltei à minha BASE, e só. Tenho alguns vislumbres de metas, mas terei paciência de trabalhá-las e amadurecê-las antes de bater o martelo.



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